segunda-feira, 15 de julho de 2013

O sopro da morte.

Me sentia preenchido com minha família, meus amigos e meus hábitos, mas não suportava estar sozinho.

Tudo parecia temerário, entediante, monótono e triste.

Certo dia experimentei largar a borda por alguns minutos e mergulhei no medo, no tédio, na monotonia e na tristeza. Um sentimento de perda me sobreveio e senti um vento gelado na espinha. Era o sopro da morte e era bom.

Esforcei-me por habitar este território incerto e  livrei pensamentos e corpo de tudo a que me apegava e conhecia.

Aos poucos fui me familiarizando com essa fluidez. O vazio foi ganhando concretude e caminhei com segurança. Nesse nada encontrei meu desejo. Na ausência das representações conhecidas descobri um mundo de experiências aberto a minha volta.

Bastei-me.

29.06.2013

Quando comecei achava a vida sem sentido.
Fui a esquina e passei a achar tudo urgente, dramático, quase o fim do mundo.
Segui a rua e percebi que só se vive quando se aceita a morte como iminência.
Dois goles depois nada mais me pareceu imprescindível.
A noite náo acabou e a narrativa continua...