sábado, 22 de janeiro de 2011

Fragmento de uma carta de despedida (parte 1)

Não pensem que essa decisão é um sinal de desamor ou de ingratidão. Definitivamente, não. Se estou saindo de casa agora, é exatamente porque os amo. Chegou o momento de crescer como homem. Vocês me deram tudo durante uma vida de vinte e seis anos, mas de agora em diante é comigo. Não quero mais comida servida no prato, cama arrumada, minhas roupas lavadas e passadas por outras mãos. Quero sentir-me desprotegido para aprender a me proteger, e não vejo outra forma de se formar um homem.


É óbvio que isto dói em mim, dói muito. Sei também dos riscos que corro. Mas sem dor, sem riscos, não há crescimento, não há vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Palavras proféticas

Ah, meu amigo! O que é que há!? Vamos nos fuder! Sei que é domingo à noite, que não há nada na rua e que a chuva que agora cai não tem hora para acabar. Veja, que maravilha, que grande oportunidade de nos fudermos, e bonito! Atente bem para mais uma coisa: amanhã temos que madrugar para trabalhar. Estaremos estragados, seremos zumbis. Somente esperamos da vida o óbvio, o costumeiro, o que a razão e a rotina segura nos impõem. Só hoje, que tal sermos burros e irracionais propositadamente? Sair querendo que dê errado. Imagina, as chances para a frustação de nossas expectativas são quase nulas.

Já é tempo! Prossigamos em busca da infelicidade!