domingo, 28 de fevereiro de 2010

Aprendendo a deixar as coisas mal resolvidas e a levar a vida, imperfeitamente.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Faz mais de dois anos desde que ela me largou.


O dia está chuvoso e quente. Não consigo largar o cigarro. Eu ainda penso nela.

Não queria sentir saudades, mas eu sinto, e isso me incomoda muito. Tenho que preparar uma aula sobre Império Ultramarino Português. Nossa melhor trepada foi nesse sofá, quase a fiz gozar. Ela era uma idiota, e eu nunca fiz uma mulher gozar. Será falta de vocação? Céus, que calor! Nem essa maldita chuva para refrescar o dia!

Minha vida não tem título.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escrevendo de madrugada para o sono vir

Sabe, gostaria de aprender a andar sujo. De saber carregar a dor, o incômodo, e fazer outras coisas, enquanto aquelas  não passam. Acho que me falta uma certa paciência, persistência. Tenho medo de me testar, de correr riscos. Dormir às cinco para acordar às seis. Viver a vida desrespeitando as normas do bem viver. Estudar de ressaca, dormir sem tomar banho.

Ainda sou muito fresco, não, medroso. Já fui mais em algumas coisas, creio que estou me transformando. Preservo meus prazeres mesquinhos. O pior é perceber um poder absurdo dentro de mim, que este instinto conservativo parece me impedir de liberar.

Um pouco mais de sujeira, de desprendimento, de resistência. Só isso que falta. Sei que não vou mudar do dia para noite. Passei da fase de acreditar em revoluções abruptas. Quero deixar de ter medo. Só eu sei do que estou falando.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Olhos de realidade

Era umas nove e pouco da noite e vinha de Botafogo no metrô, sentado e pensando no filme que havia acabado de assistir. De repente, passeando os olhos pelo interior do vagão, deparei-me com outros que me encaravam. Estava entre a terceira e quarta fileira de cadeiras na minha diagonal, num pequeno espaço deixado pelas pessoas sentadas a sua frente.  Via sua imensa cabeça, quadrada de nordestino, uma blusa aberta nos primeiros botões, talvez fosse gordo. Desviei o olhar, pensando ser uma mera coincidência, mas toda vez que passava meu olhar naquela direção, encontrava aqueles olhos, cheios de raiva, ameaçadores. Engoli seco, um gelo me subiu pela espinha, e busquei evitar aqueles olhos.

Concentrei-me num casal aparentemente gay que adentrou o vagão na estação do Flamengo, mas  não saia da minha cabeça toda uma cena, do homem vindo na minha direção a me fazer algum mal de que nunca saberia. Os garotos perceberam a minha atenção, e para evitar constrangimentos maiores, desfoquei deles. Para meu alívio, os olhos do homem não mais me fitavam. 

Ele levantou e desceu na Central, sem me encarar. Começo a acreditar que o que tanto temi não estava naqueles olhos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dias de Nada

O que eu escrevo não é a última bolacha do pacote. Expressão deliciosa: "a última bolacha do pacote". Até gosto deste fato, que permite fazer uso dessa coisa gostosa. "A última bolacha do pacote" é a "última bolacha do pacote".

Aqui no Rio faz um tempo gostoso, quase de outono. Esse tempinho meio chuvoso, esse ventinho meio frio, tudo tão mais ou menos. Para não fazer nada. Deus! Como amo! É o que estou fazendo agora. Ou você acha que escrever sobre o tempo é alguma coisa?

Também encontrei uma música para ocupar meus ouvidos. Lux Aeterna, interpretada pelo the Kronos Quartet. Não foi um encontro propriamente dito, mas um reencontro. Estava num desses dias de nada vendo a patinação artística dos Jogos de Inverno quando uma dupla canadense entrou com essa música. Me veio na hora, "Réquiem para um Sonho".  É magnífico: um sentimento de tensão que precede a morte, mesmo nunca tendo estado lá. Gravidade calma.

A última bolacha do pacote. Uns filminhos para os dias finais do Carnaval. "Gran Torino". Meus blocos. Saudades boas. Um ano excepcional pela frente. Não é hora para isso. Garganta meio irritada, um marasmo de corpo doente. Meu resfriado trouxe o frescor!

A última bolacha do pacote.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Todo Carnaval tem seu fim!

Mais um Carnaval chega ao fim. O meu, pelo menos. Ano que vem vai ser diferente. Mais longo, espero. Preparar fantasias, confetes e serpentina com bastante antecedência! Brincar, brincar, brincar... 

E para os que não gostam dos festejos de fevereiro, que acham festa de babaca, puta e viado; para aqueles que adoram julgar, que odeiam por odiar sem indagar porque se odeia, que fiquem com seus julgamentos. Eu respeito.

Pois esse é o espírito: existe um outro!