sábado, 22 de janeiro de 2011

Fragmento de uma carta de despedida (parte 1)

Não pensem que essa decisão é um sinal de desamor ou de ingratidão. Definitivamente, não. Se estou saindo de casa agora, é exatamente porque os amo. Chegou o momento de crescer como homem. Vocês me deram tudo durante uma vida de vinte e seis anos, mas de agora em diante é comigo. Não quero mais comida servida no prato, cama arrumada, minhas roupas lavadas e passadas por outras mãos. Quero sentir-me desprotegido para aprender a me proteger, e não vejo outra forma de se formar um homem.


É óbvio que isto dói em mim, dói muito. Sei também dos riscos que corro. Mas sem dor, sem riscos, não há crescimento, não há vida.

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