Cerveja não mata sede, cerveja mata calor.
Retornando quase em férias de Big Field na vertigem de um fervo capaz de indignar o próprio cramunhão, paro no Babilac para tomar a digníssima. Na esquina dos meus primeiros tempos, um vendedor de coco faz sua freguesia de mães com os seus.
Aqui mesmo, faz quase três décadas, sobrevivia o tripeiro. Atravessando a rua, o Cotó, fruteiro de um braço só. No embaçamento do bafo quente que emerge do asfalto, um oráculo às avessas me revela a identidade infanto-afetiva entre vida pregressa e presente.
E a cerveja continua gelada.
sábado, 24 de dezembro de 2016
sábado, 17 de dezembro de 2016
Redemoinho ou o vento que nos move
Que passa?
O vento.
Que vento,
se as folhas não se movem
e nada sinto?
Vem de dentro,
se vê.
O quê?
O movimento dos corpos.
Que será?
Milagre? Magia?
Assombro?
Não, é desejo.
Olhe o redemoinho.
A música que cresce.
Mas jaz o silêncio.
Não vê?
Nada ouço.
Ouço o que vejo,
sinto o que ouço.
Danço também à força do vento.
Este mesmo que vemos?
Sim.
O vento.
Que vento,
se as folhas não se movem
e nada sinto?
Vem de dentro,
se vê.
O quê?
O movimento dos corpos.
Que será?
Milagre? Magia?
Assombro?
Não, é desejo.
Olhe o redemoinho.
A música que cresce.
Mas jaz o silêncio.
Não vê?
Nada ouço.
Ouço o que vejo,
sinto o que ouço.
Danço também à força do vento.
Este mesmo que vemos?
Sim.
Brasileiros
Não sei do que seríamos capazes,
nem do que faríamos.
Nos é tão difícil reconhecer nossa africanidade,
bem mais visível.
Perceber uma brasilidade sem imperialismos regionais,
então, quase impossível.
Nosso espelho é a deformidade das heranças malditas
da escravidão e da colonização.
Ainda não somos latinoamericanos,
ainda não somos negros,
e se somos brasileiros
é muito pouco por irmandade.
Reconhecer em ti uma beleza negada por tanto tempo
não é simples.
nem do que faríamos.
Nos é tão difícil reconhecer nossa africanidade,
bem mais visível.
Perceber uma brasilidade sem imperialismos regionais,
então, quase impossível.
Nosso espelho é a deformidade das heranças malditas
da escravidão e da colonização.
Ainda não somos latinoamericanos,
ainda não somos negros,
e se somos brasileiros
é muito pouco por irmandade.
Reconhecer em ti uma beleza negada por tanto tempo
não é simples.
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