domingo, 18 de junho de 2017

Pensamentos de uma viagem de ônibus

Existiam caminhos que não me levavam a lugar nenhum, em que a vida se resumia àquela noite. Tamanha era a urgência diante do drama do amanhã sem encantamento, dos planos, da angústia, que nunca dormi em seus braços. Porque o sonho era vivo.
Um dia o sonho se desprendeu da vida que passou a ser com toda sua potência de realidade. Precisava ficar em pé para me sustentar. O tempo me tirou os sonhos. Definhava. Pela manhã, o tédio me cobrava. Sem dinheiro para os entorpecentes , nem com a morte contava, pois a lucidez me encheu de medo da ausência.

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