domingo, 1 de maio de 2016

Notas sobre a tristeza

Todos não têm coragem, mas eu sei, todos sabem. O pecado é a pronúncia da palavra que nos rebaixa à pobreza da humanidade. Talvez na prece, pela culpa associada, consigamos dizer. Não somos cruéis nem indiferentes. Apenas desejamos, sem querer, e esse lugar sem moral é inadmissível. Se falamos de nosso desejo, o véu da infâmia logo nos destituí de qualquer dignidade. A dignidade é esta qualidade atribuída a renúncia de nossas fraquezas. É a garantia de nossa cidadania diante de cada ser humano, auto-instituído Deus-julgador.

Gostaria de uma igualdade social estabelecida a partir de nossas covardias e medos. Um mundo sem dedos em riste, palavras de ordem, lições. Uma ausência de hierarquias morais que nos unisse na solidão e solidariedade da condição humana mais profunda em sua total fragilidade.

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